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Coprofagia - um hábito difíci de acabar

Editoria: Vininha F. Carvalho 06/08/2005

Segundo diversos pesquisadores, o hábito de comer fezes (coprofagia) é um comportamento normal na espécie canina. Note que não só os canídeos selvagens, mas também outros carnívoros caçadores têm o hábito de começar a devorar a presa pelas vísceras, onde há a presença de fezes.

Para os cães, o odor e o sabor das fezes parecem ser atraentes e o
comportamento pode ter caráter auto-reforçador, estimulando-os a, sempre que puderem, buscar e comer fezes. Como no convívio humano a coprofagia é associada à falta de higiêne, é sempre uma necessidade que o comportamento seja modificado.

A forma de atacar o problema, no entanto, irá variar
conforme o caso.É preciso investigar o contexto em que o problema ocorre e o primeiro passo é investigar a possibilidade de haver uma doença associada e, neste caso,tratá-la. Se for apenas um hábito, pode-se tentar corrigi-lo.

Alguns estudos sustentam que a falta de enzimas responsáveis pela digestão dos nutrientes poderia ser responsável por coprofagia. É um mal que pode ser herdado ou surgir devido a uma pancreatite. O diagnóstico se baseia em exame radiológico, laboratoriais (fezes, bioquímica sanguínea) e a causa deve ser pesquisada pelo veterinário, pois existem numerosas possibilidades.

O tratamento é feito com suplementação das enzimas e com dieta adequada, de acordo com o caso, e sob estrito controle veterinário.

No caso de cães que ingerem as próprias fezes, pode-se tentar fornecer uma dieta com alto nível de proteína e gordura e com baixo nível de carboidratos e fibras. Isso modifica a consistência e o odor das fezes, diminuindo o interesse do cão por elas.

No caso de se descartar um problema físico, resta a possibilidade de hábito e pode-se tentar, por recondicionamento, inibir o comportamento, desde que se descubra sua origem.

Os cães que não tem diversão ou ficam muito tempo sozinhos podem se entediar e desenvolver hábitos destrutivos, como cavar o jardim, roer móveis, ou brincar e comer as próprias fezes, como passatempo. Eles devem ser educados a permanecer sozinhos. Evite fazer agrados no cão ao sair de casa e ao voltar, aguardando que fique tranqüilo.

Para acostumá-lo a ficar só, na primeira vez deixe-o por poucos minutos, aumentando progressivamente o tempo de solidão.
Muitas vezes cães que vivem em áreas restritas fazem as necessidades muito próximo à "toca".

A ingestão de fezes pode tornar-se um desvio comportamental numa tentativa de manter local limpo. Os cães naturalmente não gostam de dormir de locais onde defeca, pois o odor das fezes atrai
predadores.

Os cães apreciam interagir com os donos e receber atenção, mesmo sob a forma de repreensão. Bronca dada de forma errada pode até incentivar o cão a repetir o ato.

Da mesma forma, repreensão violenta por fazer as necessidades
em local errado pode levar o animal a comer as fezes na tentativa de esconde-las. Diga "NÃO" com firmeza quando o cão estiver para pegar as fezes. Se ele não obedecer, dê um empurrão rápido, para afastá-lo do local.Se ele continuar, insista, e depois de duas ou três vezes ele tenderá a desistir diante da sua repressão.

Muitos cães, numa tentativa de brincar, podem pegar as fezes com a boca antes do dono, quando este vai recolhe-las, como faria se fosse um brinquedo. Portanto nunca recolha as fezes na frente do animal.

O maior problema é que em geral não vemos o animal comer as fezes, só percebemos muito depois. Habitue-o a fazer as necessidades na sua presença.

Os cães em geral defecam pela manhã, depois das refeições ou após exercícios físicos. Portanto não é difícil estabelecer uma rotina que permita este acompanhamento.

Pode-se tentar usar algum produto nas fezes para deixá-las
com um sabor ou odor desagradável. Mas não o faça na frente dele, para ele não associar o estímulo à pessoa.

Existem sprays repelente por odor ou por gosto, encontrados em pet shops. Pode-se tentar também vinagre ou limão, mas
o mais simples é a remoção das fezes.

Pegando o cão em flagrante, não bata no animal, pois pode torná-lo medroso,confuso ou agressivo. Adote estímulos aversivos especiais. Se for possível,dirija um jato de água contra ele ou faça um ruído forte que o assuste, como jogar uma garrafa de plástico no chão, com força.Como pudemos observar, o combate à coprofagia depende muito da atenção do dono e da identificação de sua origem.