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Abandono de cães provoca polêmica

Editoria: Vininha F. Carvalho 06/11/2005

Loba, Lobão, Nina, Cocão e Coquinho são moradores da rua Vitor Marcelo de Castro, no Cidade Jardim 2, em Jundiaí. Cães sem raça definida, eles foram abandonados no local há aproximadamente um ano e juntaram-se a muitos outros animais que freqüentemente aparecem na rua. Sensibilizados com a situação, moradores passaram a cuidar dos cães com água, comida, vacina e afeto.

Apesar de se revezarem nos cuidados , os bichos até já foram castrados, nenhum morador, de fato, adotou os animais. Nesta semana, um vizinho, contrariado com a situação, reclamou na Seção de Controle de Zoonoses da prefeitura.

Segundo a dona de casa Débora Fernanda Rocha Franco, 30 anos, os moradores foram orientados por fiscais da Zoonoses a não alimentar com água ou comida nenhum dos bichos, pois o ato faz com que eles permaneçam no local.

"Isso é, no mínimo, contraditório. A Zoonoses faz campanhas contra maus-tratos com animais e pede para nós não darmos nem água aos cachorros" Para mim maus-tratos não é só chutar um bichinho; jogar restos de comida no lixo e ver um animal passando fome em frente da sua casa para mim também é maus-tratos", reclama Débora, que pretende registrar um boletim de ocorrência contra a Zoonoses.

A veterinária Carmem Pierobon, que, apesar de não morar no bairro, ajuda a cuidar dos cães, acredita que faltam consciência e punição para quem abandona animais.

"Onde está a posse responsável" As pessoas preferem pagar por um filhote de "falso poodle" a adotar um cão sadio adulto", afirmou Carmen, que possui quatro cachorros e dez gatos, todos vindos da rua. A veterinária lembra que o problema do abandono é constante na rua e que o setor responsável "fecha os olhos para o problema".

O vereador Júlio César de Oliveira, autor da lei 6320 de 25 de maio de 2204 que "disciplina a criação, propriedade, posse, guarda, uso e transporte de cães e gatos" , acredita que a situação do Cidade Jardim 2 reflete uma triste realidade vivida em todo município.

"Sou líder do PSDB e atuo na base de sustentação (do prefeito Ary Fossen), mas infelizmente me vejo obrigado a criticar o setor de Zoonoses, porque eles não têm cumprido seu papel."

Entre as atuações para que o problema seja minimizado, Oliveira destaca o investimento em ações educativas, o funcionamento do canil/gatil e a castração como forma de conter os índices de natalidade. Enquanto nada disso é realidade, Oliveira orienta a população a fazer denúncias por meio da ligação ao 156 e disse que exigirá ações do poder público.

Responsável pela Seção de Controle de Zoonoses, Carlos Ozahata disse que o foco da prefeitura não é a castração de animais e, sim, as campanhas educativas que visam conscientizar a população sobre a questão do abandono. O secretário municipal de Saúde, Juca Rodrigues, afirmou que a construção do canil/gatil ficará para o ano de 2007.

Fonte: Vanessa Fajardo