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Fundação de Proteção Animal põe na rua mais de 100 animais em Sorocaba

Editoria: Vininha F. Carvalho 18/04/2006

A senhora Dirma, mais conhecida como “Dirma dos Animais”, vêm vivendo um drama pessoal, onde não consegue visualizar uma saída: está sendo despejada da chácara onde vive com seus quase 150 animais entre cães e gatos, na Estrada da Caputera, em Sorocaba.

No dia 12/04/2006, a cena era de tristeza e desespero quando ela recebeu a visita de do Oficial de Justiça, com a ORDEM DE DESPEJO, junto de caminhões do CCZ para retirar os animais que lá se encontram, além de viaturas de polícia. Amigos conseguiram na Justiça, um adiamento até segunda-feira, dia 17/04/06 para que a Sra. Dirma saia da chácara.

Esses mesmos amigos, preocupados com o problema, tentam de toda maneira conseguir um novo local para que ela possa mudar-se com seus animais, uma vez que a chácara de propriedade da FAS - Fundação Alexandra Schlumberger, foi colocada à venda em uma imobiliária da cidade de Sorocaba.

Aliado a esse problema, a senhora Dirma não possui condições financeiras para alugar um imóvel que possua estrutura adequada onde possa abrigar e manter os animais, uma vez que conta apenas com a pensão por morte de seu cônjuge. Sua renda mensal é insuficiente até mesmo para sustentar a compra de rações e medicamentos veterinários, itens estes que obtém em sua maior parte através de doações de pessoas sensibilizadas com sua situação (doações estas sem as quais, seu trabalho de ajuda aos animais abandonados, não poderia ser concretizado).

A chácara em que a Sra. Dirma vive com seus animais foi doada pela já falecida Sra. Marie Amelie Alexandra Schlumberger com o objetivo de que fosse criada a Fundação que leva o mesmo nome.

A suíça Marie Amelie Alexandra Schlumberger viveu parte de sua vida em Sorocaba e sempre amou os animais, dedicando sua vida a promover o bem-estar dos mesmos. Preocupada com a continuidade de seu trabalho com animais, manifestou ainda em vida seu último desejo: doou sua única propriedade (a chácara) em benefício da causa a qual ela sempre acreditou e se dedicou.

O que causa uma certa estranheza é o fato da FAS (que tem como princípio o bem-estar dos animais) receber como doação uma propriedade com o objetivo de que seja dada continuidade no trabalho da Sra. Marie Amelie, viabilizar a venda dessa mesma propriedade, não oferecendo até o momento, nenhum tipo de respaldo à Sra. Dirma, no que diz respeito ao seu futuro e de todos os animais que ela abriga. Ao contrário disso, vem tomando todas as providências possíveis para que ela seja expulsa o mais rápido possível da chácara, sem ao menos preocupar-se com o destino desses animais lá abrigados.

Pedimos que de alguma maneira, nos ajudem a divulgar este lamentável fato ao conhecimento do público, a fim de que alguma solução seja encontrada para ajudar a essa protetora que não consegue vislumbrar até o momento, uma solução para seu problema que envolve aproximadamente 150 animais abandonados uma vez que ela não tem para onde ir, e muito menos para onde levar seus animais.



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Por favor leiam abaixo as duas materias publicadas em 11/04 e 13/04 no Jornal "Bom Dia" de Sorocaba


Flagrantes do descaso

Carlos Oliveira



“A qualquer momento, seremos despejados. Por mim, tudo bem, eu me viro, mas só em pensar no que vai ser dos animais eu começo a chorar”, conta Dirma Leite.

Na sexta-feira (7/4), ela foi intimada por um oficial de Justiça para desocupar a chácara localizada na estrada da Caputera, próxima ao bairro dos Morros, onde morou a sueca Marie Amelie Alexandra Schlumberger.

Dois meses antes de morrer, em 2002, Alexandra deixou em cartório uma escritura pública de constituição de fundação, doando a propriedade, com mais de seis mil metros quadrados, para a causa a que se dedicou durante a maior parte da vida: a proteção dos animais. Dois dos cinco cães que deixou, a cadela Lázara e o cão Bob, ainda estão lá, sob os cuidados de Dirma.

Hoje, a Fundação Alexandra Schlumberger (FAS), legalmente constituída, move, por intermédio de seus representantes, uma ação na Justiça para que Dirma, mais 98 cães e 35 gatos desocupem o local.

No muro, à frente do “santuário” de cães idealizado por Alexandra, uma placa anuncia a venda do imóvel. Ontem, a imobiliária informou, por telefone, que a venda está suspensa temporariamente por problemas com o inquilino e que o valor é de R$ 195 mil.

Sem saída

Apaixonada pelos animais desde criança, Dirma conta que entrou no local em 2004, depois de um acordo verbal. “Deixei o emprego e a chácara onde morava com 80 cães e sete gatos para aceitar o convite de Eliana Allegretti D´Elboux, uma das diretoras da FAS, mas eles me enganaram, disseram que ajudariam na alimentação e nos cuidados veterinários.Desde que cheguei foram mandando os bichinhos para cá, sem nenhuma ajuda”, desabafa.

Ela gasta em média 940 quilos por mês de ração e para isso conta com doações de amigos. “Durante todo esse tempo, pela fundação, somente um animal foi castrado. O restante, veterinários voluntários prestaram o serviço. E isso eu posso provar, pois guardo todos os laudos assinados por eles”.

Procurada para manifestar-se sobre o assunto, a diretoria da FAS despistou a reportagem.


Diretoras evitam falar do caso

A Fundação Alexandra Schlumberger (FAS), constituída em outubro de 2002 traz à frente a presidente Daniela Mestre e Eliana Allegretti D´Elboux.

Sempre dispostas a divulgar o trabalho que realizam sobre as feiras de adoção de animais, dentro da proposta da entidade de incentivar a posse responsável e promover o controle populacional, ontem elas não quiseram falar sobre a ação de reintegração de posse, a venda da chácara da fundação por R$ 195 mil e o destino dos 133 animais que ali estão.

Procuradas no Centro de Atendimento Veterinário da entidade, que funciona na rua Almirante Barroso, no Centro, Eliana disse que não poderia responder sobre a fundação e que Daniela não estava, mas avisou que somente se pronunciará em juízo sobre o caso. O celular de Daniela ficou desligado.

No site da FAS, consta que ela é a primeira fundação de proteção aos animais domésticos abandonados.

Na clínica, um banner apela pelos animais e estampa a frase “Flagrantes do descaso”, que sugeriu o título desta matéria.

10/4/2006 Marisa Batalim - marisa.batalim@bomdiasorocaba.com.br


Justiça retira cães e gatos de chácara

Oficiais de Justiça começaram a cumprir, ontem, liminar do juiz Pedro Luiz Alves de Carvalho, da 5ª Vara Civil, de reintegração de posse na chácara de propriedade da FAS (Fundação Alexandra Schlumberger).

No local, na estrada da Caputera, Dirma Leite mora com 98 cães e 35 gatos. Dirma, mesmo muito nervosa, iniciou a retirada de móveis e, com a ajuda de voluntários da “Associação Amigos dos Animais de Votorantim” e de amigos, retirou uma parte dos animais, que foram levados às casas de conhecidos de Dirma, em Brigadeiro Tobias e Araçoiaba da Serra.

Durante a mudança, Dirma e amigos demonstraram indignação em relação à atitude do juiz e de diretores da FAS, que colocaram a chácara à venda por R$ 195 mil.

A advogada Gláucia Helena Pereira explicou que pela quantidade de animais foi difícil realizar toda a mudança e o juiz da 5ª Vara Cível aceitou o pedido para que Dirma pudesse permanecer no local até domingo. Gláucia estudará medidas cabíveis para que Dirma receba uma indenização, já que ela abandonou até o emprego para cuidar dos cachorros.

Dirma ainda está com alguns animais na chácara e continua a procurar um lugar definitivo para ficar. “Não tenho condições de pagar aluguel ou comprar uma casa”, diz.

Célia Bueno de Camargo ajudou Dirma na mudança e levou alguns cachorros para a casa, em Brigadeiro Tobias, onde mora com 150 animais. “Meus amigos ajudam a cuidar deles”, afirma.


12/4/2006 Cida Haddad