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Pesquisa lista 120 tipos de ave no Ibirapuera, em São Paulo

Editoria: Vininha F. Carvalho 13/10/2005

À beira do lago, uma garça branca toma sol, enquanto outra, cinza, pesca para se alimentar. No alto de uma árvore, um socó-dorminhoco (pássaro branco e gorducho) descansa, sem se importar com quem caminha embaixo.

No parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, pelo menos 120 espécies de ave podem ser observadas por seus freqüentadores. Os pássaros, catalogados em um período de dez anos, estão num guia que será lançado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente no próximo dia 27.

De acordo com a diretora da divisão de fauna da secretaria, Vilma Clarice Geraldi, a intenção é distribuir a publicação para escolas municipais, estaduais e particulares, além de instituições de pesquisa e museus.

Serão confeccionados 10 mil exemplares que permitirão aos interessados em aves obter informações sobre as características dos pássaros que habitam o parque e onde encontrá-los.

Ao longo do trabalho, aves que antes não costumavam ser vistas no Ibirapuera foram descobertas. O tucano-de-bico-verde e a araponga, que emite um som inconfundível de martelo, são algumas delas.

"A araponga é um pássaro nobre, de interior de mata. Tivemos a visita de uma há duas semanas. Ela passou quatro dias cantando e se alimentando com frutos de uma figueira", conta a bióloga Linda Lacerda da Silva.

Em um passeio de cerca de uma hora pelo parque, num horário inadequado para a observação de pássaros (no início da tarde), a Folha verificou nove espécies de aves: bem-te-vi, sabiá-laranjeira, beija-flor, garça branca, garça cinza, socó-dorminhoco, joão-de-barro, andorinhão e pombas.

Segundo a bióloga Vilma, há uma explicação para a presença de pássaros no local. "As aves se procriam em áreas de remanescentes de florestas e com grande biodiversidade, como a serra da Cantareira e (o bairro) Engenheiro Marsilac. Depois, seus filhotes saem em busca de novos ambientes para viver e acabam vindo para o Ibirapuera.

"As aves se alimentam de frutos, insetos, peixes e grãos encontrados no parque. "Já vi um bem-te-vi pescar um peixinho e batê-lo num galho para que morresse. Mas esse pássaro também ingere minhocas, por exemplo", diz Vilma.

Para os leitores do guia identificarem os pássaros observados, o livro trará as ilustrações de cada um deles. Os desenhos são de Tomas Sigrist, um dos maiores especialistas do país no assunto.

"O mais difícil de fazer foi a coruja, em razão das nuances de cores e da expressão que possui", diz. Segundo ele, enquanto a ilustração de uma andorinha pode ser feita em até três horas, a da coruja pode levar até quatro dias.


Desconhecidos:

Apesar de escutar vários sons de pássaros e ver alguns enquanto estava deitada na grama do Ibirapuera, a estudante Marisa de Souza André,16, não reconheceu nenhuma ave. Já a dona-de-casa Ana Santana Pereira, 55, diz só ter visto sabiás no local.

"Queria ver araras, papagaios e tucanos", diz.

De todos os pássaros que encontrou no parque, o estudante Jonathan Rodrigues, 15, diz preferir o joão-de-barro e uma ave "cinza com cabeça vermelha", possivelmente um cardeal ou galo-de-campina.

Fonte: Afra Balazina