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A morte dos pássaros e peixes após o reveillon foi um grito de alerta

Editoria: Vininha F. Carvalho 28/12/2015

Sessenta e sete anos depois da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o mundo necessita de uma nova declaração universal, desta vez de obrigações humanas, tanto dos indivíduos quanto dos estados, a fim de deter a progressiva deterioração do ambiente de nosso planeta.

Quando mencionamos uma sociedade muito pouco ecológica, falamos de um sistema capaz de destruir recursos naturais, sem se preocupar com a enorme biodiversidade nele existente. Vivemos no século XX um verdadeiro período de destruição em massa de animais e viveremos neste século XXI outro ciclo de destruição em massa agora de seres humanos, se algo não for feito para mudar nosso padrão de relacionamento com o meio ambiente.

Enquanto o homem não aprender a preservar o que é bom e necessário para sua própria vida, será muito difícil haver, de uma forma eficaz, a efetuação em massa da conservação de bens coletivos. É válido lembrar que coletivo não deveria ser encarado como sendo somente a natureza, mas também o meio urbano, que é coletivo a todos, afinal, somos nós quem o construímos e modificamos.

Na vida, só existem processos. Os seres e objetos são apenas a parte aparente desses processos. E todos eles (os processos), além de não terem origem, não tem fim (vêm do infinito e vão para o infinito, em constante movimento e transformação). Os seres que surgiram na água (as primeiras formas de vida na Terra teriam surgido na água) evoluíram para os peixes, plantas aquáticas etc. Os que experimentaram a vida fora da água evoluíram para os répteis, batráquios, anfíbios etc. Os que se adaptaram à vida fora da água evoluíram, no mesmo atrito com a natureza, só que muito mais hostil, para as formas que aí estão, das aves aos mamíferos, incluindo a espécie humana.

Tais processos duram bilhões de anos, acontecem no atrito constante entre a espécie e a natureza, pela sua sobrevivência, e que garante a evolução. Toda matéria orgânica, para poder sobreviver, precisa “reconhecer” e “entender” a mensagem da mãe natureza, do contrário sucumbe diante das suas reações. Não há nenhuma matéria orgânica viva, no planeta, que não tenha um mínimo de “entendimento” de sua realidade ecoambiental. Até mesmo o mais primário dos vegetais dispõe de grau mínimo de “entendimento”, do contrário não teria se adaptado e já teria desaparecido, como aconteceu com várias formas de vida.

Talvez seu cachorro corra até a porta quando você está para chegar em casa. Ele percebe com antecedência a aproximação de uma tempestade e fique desesperado quando ocorre a queima de fogos de artifício. Este "entendimento", que pode ser considerado por alguns como “sexto sentido”, precisa ser devidamente pesquisado e compreendido pela humanidade.

As pessoas são muito manipuladas pelo interesse econômico e não conseguem enxergar as coisas claramente. Vemos nos dias atuais, discursos bonitos em prol da preservação ambiental,que não saem do papel.Precisamos por em prática um novo modelo de desenvolvimento, abarcando um nova postura, onde haja a preocupação com a biodiversidade, incluindo aqui, obviamente, o ser humano.

As mortes em massa de animais nos Estados Unidos na virada do ano detonaram uma onda de especulação sobre as causas dos episódios. Primeiro, 3 mil pássaros negros caíram do céu na pequena cidade de Bibi, no Arkansas. Todos os pássaros apresentavam hemorragias, além disto foi registrada a morte de 100 mil peixes no rio Arkansas. Mais ao sul, no Estado da Louisianna, outros 500 passarinhos caíram dos céus. Alguns apresentam asas e espinhas quebradas. A análise dos profissionais competentes descartou sinais de infecções ou de doença contagiosa. Foi o que constatou a autópsia realizada pelo Instituto Nacional de Veterinária (SVA, em sua sigla em sueco) em cinco aves.

Dezenas de pássaros,também, foram encontrados mortos nas ruas da localidade sueca de Falköping.Veterinários estão agora a analisar a causa da morte das gralhas-de-nuca-cinzenta, mas assinalam a existência de um espectáculo de fogo de artificio, próximo do local onde os pássaros foram encontrados.

As autoridades dizem que o tempo frio, as dificuldades em encontrar comida e um possível susto devido ao fogo de artificio podem ter causado stress nos pássaros que morreram. Nos últimos dias seguintes têm sido frequentes as notícias acerca de morte massiva de pássaros.

Os biólogos estão a investigar a causa da morte dos pássaros no Arkansas. Cientistas acreditam que o estresse causado por fogos de artifício do Ano-Novo pode ter causado a morte dos pássaros. As dezenas de pássaros que apareceram mortos nas ruas da cidade sueca de Falköping morreram devido a hemorragias internas provocadas por "trauma físico extremo", informaram na quinta-feira,(6/1), as autoridades do país nórdico.

No Brasil, técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), órgão ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM-UFPR) verificaram que na segunda-feira (3/1/11), milhares de peixes apareceram mortos no local. Os técnicos aguardam o resultado do laudo para confirmar o motivo da mortandade dos animais. Entretanto, segundo informação do capitão Edson Oliveira, coordenador regional no Litoral da Defesa Civil, ao que tudo indica os peixes não estão mais morrendo.

Comemorações com fogos de artifício são traumáticas para os animais, cuja audição é mais apurada que a humana e, segundo pesquisas, são capazes de pressentir eventos sísmicos importantes. Devido a ocorrencia dos fogos de artíficio, os cães latem em desespero e, até, enforcam-se nas correntes. O gatos têm taquicardia, salivação, tremores, medo de morrer, e escondem-se em locais minúsculos, alguns fogem para nunca mais serem encontrados. Há animais que, pelo trauma, mudam de temperamento.

Em nome de uma comemoração da chegada do Ano Novo, em nome da paz, o ser humano atrita com a natureza, que emite sua resposta implacável. No Brasil, a passagem de ano era considerada como uma uma festa de cunho religioso e frequentada por moradores de Copacabana e devotos. Desde meados da década de 80 do século passado com a sofisticação, adesão dos hotéis da orla da praia de Copacabana e o apoio das autoridades, o Reveillon de Copacabana transformou-se num dos principais eventos de final de ano do mundo, recebendo mais de 2 milhões de pessoas que juntos celebram o novo ano e a paz.

Neste réveillon a queima de fogos no Rio de Janeiro durou mais de 20 minutos. Muitas outras cidades brasileiras , também, promoveram este tipo de evento. Os shows da virada de ano ao redor do mundo, foram marcados com a queima de fogos de artifício em Sydney ( Australia), Tokyo( Japão),(Ahmedabad) India, Times Square(Nova Iorque), (Hong Kong) China, Petersburg( Russia) , Edimburgo ( Escocia) , Karachi (Paquistão), Londres ( Inglaterra), entre outros.

Quinze tremores de terra de diversas intensidades atingiram na quarta-feira, 5 /1/11 o centro e o sul do Chile, mas sem deixar vítimas ou danos materiais. A informação foi divulgada pelo Instituto de Geofísica da Universidade do Chile, que indicou que apenas três terremotos ultrapassaram os quatro graus de magnitude na escala Richter.

O primeiro deles, com magnitude de 4,2 graus, aconteceu às 4h05 da hora local (5h05 de Brasília), com epicentro a sete quilômetros ao norte de Tirúa, na região de Bio Bio, e a 25,6 quilômetros de profundidade.

Um novo sismo, que chegou à magnitude de 4,4 graus na escala Richter, ocorreu às 16h35 da hora local (17h35 de Brasília) na zona central do Chile, com epicentro a 44 quilômetros ao oeste da cidade de Los Andes, vizinha a Santiago, e a 68 quilômetros de profundidade.

O último dos maiores sismos, de 4,2 graus de magnitude, aconteceu às 22h43 da hora local (23h43 de Brasília), com epicentro a 31 quilômetros ao sul da cidade de Iquique e a 43,6 quilômetros de profundidade. No domingo, 2/1/11, um terremoto de 6,9 graus na escala Richter, com várias réplicas, fez os chilenos lembrarem a catástrofe de 27 de fevereiro de 2010, quando um sismo de 8,8 graus devastou parte do centro e do sul do país.

O Conselho Nacional de Investigação Científica e Técnica (CONICET) afirmou que o Nahuel Huapi, localizado na cidade turística de Bariloche, após o sismo no Chile, apresentou uma faixa de águas claras, que se foi expandindo até cobrir mais da metade da superfície.

Cientistas argentinos atribuiram o fenômeno à suspensão de camadas de sedimentos deslocadas pelo terremoto, mas não descartam novas hipóteses.

O fenômeno chamou a atenção de especialistas, mas também de curiosos e fiéis, pois histórias de nativos dizem que nas águas azuis do lago, com cerca de 500 metros de profundidade, vive uma espécie de animal misterioso, uma versão latino-americana de monstro do lago Ness, da Escócia.

O Nahuel Huapi está localizado no sopé da Cordilheira dos Andes, na fronteira com o Chile, onde no domingo anterior aconteceu um terremoto de 6,9 graus na escala Richter.

Dois terremotos de média intensidade atingiram o Irã no sábado (8/1/2011),deixando um número inda indefinido de vítimas e consideráveis danos materiais na província de Fars, no sul do país, informou a emissora de televisão estatal.

Segundo a fonte, os tremores foram sentidos às 3h54 da hora local (22h24 de sexta-feira pelo horário de Brasília), e atingiram 5 e 5,1 graus na escala Ritcher. Equipes de emergência e de socorro foram enviadas à zona para atender a população, acrescentou a fonte. Estas regiões do sul e do leste do Irã foram abaladas durante os últimos dias por uma alta atividade sísmica, com terremotos nas cidades de Zahedan, Bam, Jash e Iranshahr.

Os 950 desastres naturais de 2010 deixaram 295 mil mortos e causaram um prejuízo de US$ 130 bilhões. A quantidade de desastres é muito superior à média dos últimos trinta anos, que é de 615 casos, afirmou a seguradora alemã Munich Re. Destes 950, nove décimos foram eventos climáticos como tempestades e inundações.

Um dos terremotos mais devastadores na história dos últimos 100 anos foi o do Haiti, que aconteceu em 12 de janeiro de 2010, matou mais de 220 mil pessoas e resultou em uma tragédia humana de uma escala impressionante. Apenas o terremoto de Tangshan, na China, em 1976, matou mais pessoas (242 mil).

Cinco centenas de vezes mais energia do que no terremoto do Haiti foi liberada pelo terremoto que atingiu o Chile pouco mais de um mês depois. Com perdas totais de US$ 30 bilhões, o tremor de fevereiro no Chile foi a catástrofe mais cara do ano passado. O Chile é um país com construções preparadas para a alta exposição a terremotos. Como resultado, houve relativamente poucas vítimas humanas, apesar da gravidade do terremoto - o quinto mais forte já medido.

Este total torna 2010 o ano com o segundo maior número de catástrofes naturais desde 1980 (ano a partir do qual existem dados sobre as catástrofes), sensivelmente superior à média anual para os últimos dez anos, que é de 785 eventos por ano.

Segundo a Agência Geológica dos Estados Unidos, o recente terremoto que atingiu o Japão, um dos maiores já registrados, parece ter movido a ilha por cerca de 2,4 metros.Este terremoto de magnitude 9 graus na escala Richter, ocorrido no dia 11 de março de 2011, desencadeou uma terrível tsunami que atingiu as cidades na costa do nordeste do Japão. Ondas de dez metros arrastaram as cidades litorâneas próximas ao epicentro, destruindo tudo em seu caminho, ocasionando uma mudança tectônica que resultou em "falhas de impulso" ao longo da fronteira do Pacífico e das placas da América do Norte. Movimentos semelhantes ocorreram no Chile e na Indonésia.Outro grave problema gerado por este terremoto foram as explosões na central nuclear de Fukushima. Este foi o maior tremor já registrado na história do Japão desde que o país passou a monitorar os dados sobre abalos, há 140 anos.

O tema da paz é parte inerente essencial da luta por um outro mundo possível, justo, humano e pacífico, coincidência ou não , é preciso aprofundar os estudos referentes aos impactos dos fogos de artifício no meio ambiente. A morte vinda dos céus , representada pelos pássaros e no outro extremo, a morte dos peixes , pode ser um alerta sobre a incidência dos terremotos, que estão sendo registrados com maior freqüência no primeiro trimestre do ano novo.

O Brasil conta com tudo para ser o pioneiro de uma civilização ecologicamente sustentável, dispensando este tipo de comemoração que envolve os fogos de artifício, tão perigosa para a natureza, vamos dar nosso bom exemplo , enquanto é tempo!

Fonte: Vininha F. Carvalho - diretora da Del Valle Editoria