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Cachorros vivem cada vez mais e cresce a incidência de câncer

Editoria: Vininha F. Carvalho 24/01/2006

A preocupação com a saúde e o bem-estar dos cães no Brasil está ganhando espaço nas universidades. Pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) do câmpus de Jaboticabal da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveram alternativas para tratamento de câncer em cães, entre elas o implante ósseo. Também criaram tratamentos que amenizam os efeitos colaterais da quimioterapia.

O risco de câncer em cães vem aumentando na mesma medida em que esses animais se tornam mais longevos, graças ao bom tratamento que recebem, como rações especiais, vacinas, fisioterapia e até acompanhamento psicológico.

Hoje vivem no Brasil cerca de 28 milhões de cães considerados idosos - com mais de 7 anos - e, portanto, mais sujeitos ao câncer.

Segundo o médico veterinário Carlos Roberto Daleck, que lidera as pesquisas da FCAV, a incidência de câncer em cães é alta. "Trinta por cento deles poderão desenvolver algum tipo de tumor ao longo de sua vida", diz.

"O mais comum é o ósseo, que responde por 80% dos casos e afeta mais as pernas da frente dos cães grandes, como os das raças pastor alemão ou rottweiler." Até alguns anos, a única alternativa para os cães com câncer era o seu sacrifício ou a amputação do membro afetado.

O trabalho da Unesp trouxe uma nova opção aos donos de cachorros, que relutam em autorizar a amputação. Trata-se do implante ósseo. "Mostramos, com experimentos em seis cães, que é possível usar a resina de mamona como cimento para o implante de fragmentos ósseos retirados de doadores saudáveis", explica Daleck. "Ela substitui a medula óssea, que é retirada na operação. Antes era usada outra resina, o polimetil metacrilato, que libera gases tóxicos, desprende calor (chega a 70 graus Celsius) e pode provocar arritmia cardíaca."

A equipe também aperfeiçoou um método de estocagem dos ossos usados em transplantes. "Nós usamos glicerina à temperatura ambiente para conservá-los", diz Daleck.

"Assim não são necessárias câmaras frigoríficas, o que diminui o custo da preservação. Qualquer clínica pode ter um banco de ossos."

Em outro trabalho, feito com dois grupos de seis cães, os pesquisadores da Unesp mostraram que é possível atenuar os efeitos colaterais da quimioterapia, que deve ser utilizada mesmo nos casos de implante. "Usamos um medicamento chamado furosemida", explica Daleck.

"Ele evita alterações nas funções renais, causadas pela cisplatina, quimioterápico adotado para tratamento de câncer nos ossos, na bexiga ou nos testículos de cães, por exemplo."

Fonte: UNESP