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Proteção da biodiversidade não é luxo

Editoria: Vininha F. Carvalho 30/06/2006

As ações de proteção ao meio ambiente ainda são vistas - pela maioria da população e pelos grandes financiadores de projetos - como questões que envolvem apenas plantas e animais, e não como algo que tenha impacto na vida das pessoas. Essa concepção reduz os investimentos em iniciativas no setor, ignora as relações entre ambiente e pobreza e enfraquece os ministérios do Meio Ambiente.

A advertência é do administrador-assistente mundial do PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e diretor do Departamento de Políticas de Desenvolvimento da agência, Shoji Nishimoto. Ele visitou o Brasil na COP8 - Oitava Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, que aconteceu em Curitiba (PR).

“A diversidade biológica ainda é vista pela maioria das pessoas do mundo como uma questão de peixes, insetos, flores e pássaros. Uma coisa muito linda, mas que elas não enxergam como fonte de vida, como uma questão de sobrevivência para todos”, afirmou Nishimoto em entrevista à PrimaPagina.

“É a mesma coisa com os doadores. Você mostra imagens de florestas e diz ‘se não preservamos isso aqui, vai faltar comida daqui quarenta anos’, e eles não compreendem a urgência como compreendem quando você mostra uma foto de vítimas da Aids”, compara.

O mesmo problema é encontrado nos governos nacionais, na definição dos orçamentos dos ministérios. “Se você coloca alguém que não tem peso, é claro que os ministros da Fazenda, do Comércio, da Indústria, do Transporte, da Construção Civil, da Agricultura vão atropelá-lo”, afirma.

Fonte: Marília Juste/ PrimaPagina