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A Identidade de um Rio de Contrastes: o Tietê e seus Múltiplos Usos

Editoria: Vininha F. Carvalho 02/10/2007

O livro “A Identidade de um Rio de Contrastes: o Tietê e seus Múltiplos Usos”, oferece uma visão holística da dinâmica experimentada pelo Tietê após o descobrimento do Brasil no ano de 1500, caracterizada por aspectos distintos, que vão desde a inofensiva utilização pelos bandeirantes para explorar o interior do país, ampliando e definindo os limites da nação, não necessitando para tanto, modificar seu leito ou a qualidade de suas águas, até os dias atuais, quando o homem alterou drasticamente as condições físicas do rio, e o pior, em nome do progresso, poluiu dando-lhe características nunca antes imaginadas.

O autor menciona que com este trabalho pretende desmistificar e ampliar a visão que se tem do Tietê na Região Metropolitana de São Paulo, de um rio fétido e repelente, e que será sempre assim por condenação eterna dos homens e da modernidade, até “vomitar” sua sujeira no Rio Paraná.

Relata tratar-se de profundo engano, pois este Rio ao atravessar a coluna dorsal do Estado de São Paulo, através de processos naturais de autodepuração e diluição, e também pela ação do saneamento básico e ambiental, “se limpa”, tornando suas águas apropriadas à irrigação, ao lazer, ao esporte e mais recentemente, segundo relatórios oficiais, uma parte significativa de suas águas apresenta características boas e ótimas para serem captadas, tratadas e distribuídas à população com qualidades potáveis.

Na Região Metropolitana de São Paulo, o Tietê foi destinado no início do século XX, para quase que exclusivamente gerar energia elétrica e carrear esgotos, deixando de lado a finalidade de abastecimento, negligenciando, portanto as questões qualitativas de suas águas.

O mesmo ocorreu em todo o seu percurso, “rasgando” o interior do Estado. Ou seja, para gerar energia elétrica e posteriormente possibilitar a navegação, o Rio Tietê foi “picado”, e deixou de existir para dar lugar a uma seqüência de grandes lagos que o autor denomina por “Complexo Fluvial do Tietê”.

Os dados mostram que no caminho inverso da história acontecida com o Tietê dentro da Região Metropolitana, as suas águas no interior do Estado de São Paulo estão gerando energia elétrica, possibilitando a navegação, o esporte, o lazer e carregando o desenvolvimento em seu caudal, porém, haverá a possibilidade de serem incrementados novos usos mais nobres, como o abastecimento público, que estarão convivendo pacífica e harmonicamente com os usos inicialmente planejados.

Por intermédio dos dados e demonstrações apresentados, conforme menciona o autor, “pretende-se consolidar a idéia de que nem tudo está perdido, muito pelo contrário, os esforços valeram e são bem vindos!”

O texto tem uma característica singular, que o difere dos clássicos trabalhos técnico-científicos, pois traduz conceitos complexos numa linguagem acessível a diversas áreas do conhecimento, não permanecendo restrito a um público específico.



Fonte: Sabesp