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Projeto do Cemave favorece aumento de 900% da população de arara-azul-de-lear

Editoria: Vininha F. Carvalho 18/01/2008

De 60 para 650. Este é o crescimento de exemplares da arara-azul-de-lear, uma espécie endêmica do sertão da Bahia, criticamente ameaçada de extinção. O aumento populacional de mais de 900% deve-se ao trabalho de pesquisadores do Cemave (Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Aves Silvestres), do Instituto Chico Mendes. A arara é muito cobiçada por caçadores ilegais que vendem as presas em feiras livres nos centros urbanos. A ave atrai compradores pela sua exuberância e raridade.

O aumento populacional é resultado, em primeiro lugar, da ação dos técnicos do Cemave, que, além de desenvolver pesquisas de campo, estão sempre mobilizados contra a captura e o comércio ilegal da ave. Mas há outros fatores como o aprimoramento dos métodos de contagem, o reconhecimento de novas áreas de alimentação, o trabalho de educação ambiental e o aprimoramento nas legislações municipal e federal contra o corte do licuri, espécie de coquinho que é a principal fonte de alimento da arara-azul-de-lear.

A arara-azul-de-lear é encontrada predominantemente nos municípios de Campo Formoso, Euclides da Cunha, Uauá, Jeremoabo, Canudos, Santa Brígida, Sento Sé e Paulo Afonso. Essas cidades e povoados ficam em uma das regiões mais pobres da Bahia, assolada pela seca. Os primeiros registros desse tipo de arara ocorreram em 1979, quando foram contabilizadas 65 aves. No mais recente levantamento, o Cemave identificou 650 indivíduos livres na natureza.

O Programa de Conservação da Arara-azul-de-Lear é desenvolvido pelo Cemave em parceria com a Associação Brasileira para a Conservação das Aves (Proaves) e apoio da Fundación Loro Parque.

Juntos, eles realizam diversos projetos nas áreas de ocorrência da espécie, como censos simultâneos e periódicos; experimentos de soltura monitorada; monitoramento da reprodução; expedições para buscar novas populações e áreas de alimentação da arara-azul-de-lear; pesquisas sobre o licuri com ações de conservação desta espécie vegetal e apoio ao reflorestamento de vegetação nativa e plantio de licuris, entre outros.

Há ainda projetos de educação ambiental para conscientizar os moradores das áreas de ocorrência da arara-azul sobre a importância de se preservar as aves e ações para reduzir os impactos dos ataques aos milharais.

O Cemave apóia ainda os esforços de proteção e fiscalização das áreas de ocorrência da espécie e promove atividades de geração de renda para as comunidades, como o projeto de ecoturismo com ênfase em observação de aves.

Fonte: Instituto Chico Mendes