Editoria: Vininha F. Carvalho 22/05/2009
Com o passar dos anos, a qualidade de vida dos animas de estimação aumentou. Seja devido à alimentação, seja ao tratamento que recebem de seus donos, hoje esses animais, que enchem os lares da alegria e companheirismo, têm maior longevidade.
Porém, outro problema começou a aparecer: o câncer veterinário, que acomete boa parte dos animais idosos.
De acordo com a veterinária Fernanda Malatesta, especialista em clinica médica, com atuação na área de oncologia veterinária, essa especialidade cresce, cada vez mais, principalmente na cidade de Santos(SP).
Hoje, quem necessita desse recurso para amenizar a dor de seu animal, melhorar a qualidade de vida e até mesmo, em alguns casos (como ocorre na espécie humana), a cura total, já pode contar com ele. Tudo isso, sem precisar subir a serra.
“Dispomos de um serviço especializado, com sala de quimioterapia, centro cirúrgico preparado para qualquer tipo de procedimento, equipamentos de monitoração e anestesia de última geração, o que possibilita clinicar em animais idosos, cardiopatas e obesos, além de contarmos com um mini-laboratório de emergência, podendo avaliar se o animal está anêmico ou com infecções urinárias.
“O maior diferencial é dispor de todas as especialidades veterinárias, sendo que aquela velha história, de que o veterinário tem que saber (e fazer) tudo, está deixando de existir”, informa a profissional.
Diferente do que se imagina, a quimio é muito utilizada e não causa tanto efeito colateral quanto em seres humanos. “O principal objetivo é manter o bem-estar dos animais, muitas vezes controlando o avanço da doença. Como essa especialidade está em pleno crescimento, a eutanásia, para alguns profissionais, já não é a primeira escolha. A grande parte dos proprietários que conhecem essa técnica terapêutica prefere manter seu animal mais tempo por perto, com qualidade de vida, ao invés de optar pela eutanásia”, explica a veterinária.
Fernanda ressalta que o tratamento se inicia logo que é detectado o tumor. A anomalia é percebia pelo dono por causa de um aumento de volume na parte afetada do corpo, ou através de alguns sintomas, como dor, prostração ou inapetência.
“Quando esse quadro se manifesta, o ideal é encaminhar o bichinho o quanto antes para uma clinica veterinária que possua um centro de especialidades. Se os exames indicarem tumor maligno, começamos com a quimioterapia, para controlar, ou até mesmo erradicar, o mal com o uso dessas drogas”, ressalta a especialista.
A aplicação é totalmente indolor e os protocolos são menos agressivos do que nos humanos, apesar de serem usadas as mesmas drogas. Na maioria das vezes, a quimioterapia é intravenosa: o animal fica no soro por um determinado período. Mas há medicação oral também (cápsulas e comprimidos). Antes de cada aplicação, há a necessidade de exames de sangue.
A queda de pêlos não é muito freqüente como em humanos. Em animais, ocorre, normalmente, de forma localizada. “As mais afetadas são as raças que têm crescimento de pêlos contínuo, como o Poodle, Cocker e o Lhasa Apso, por exemplo. Demais efeitos colaterais não são freqüentes e podem ser controlados com medicações”, conclui.