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Vivências de um brasileiro em defesa da vida sustentável e proibição da caça de baleias

Editoria: Vininha F. Carvalho 18/02/2011

Após enfrentar ventos de até 100 km por hora e ondas de até 15 metros de altura, durante fortes tempestades que duraram cerca de 12 horas, desviando de growlers e icebergs no gélido e, também, deslumbrante e desafiador Oceano Antártico, a bordo de um bem equipado navio, Steve Irwin, da frota da ONG Sea Shepherd, retornará para São Paulo, nos próximos dias, George Guimarães – um dos brasileiros a participar de uma das mais bem-sucedidas ações globais em defesa da vida no Planeta.

Para fazer valer um tratado internacional que proíbe a caça de baleias, praticada por navios baleeiros japoneses dentro do Santuário de Baleias da Antártida, o jovem nutricionista brasileiro assumiu todos os riscos ao aceitar o convite do Capitão Paul Watson – a quem conheceu, no ano de 2005, em uma conferência de direitos animais nos EUA, onde ambos proferiram palestras.

Guimarães informa através de um blog específico para essa campanha que as conquistas dessa missão da frota da Sea Shepherd tiveram início no dia 31 de dezembro (2010), quando três navios arpoeiros da frota japonesa (Yushinmaru 1, 2 e 3) foram interceptados antes que tivessem tido a oportunidade de iniciar a temporada de caça.

Desde o início da campanha há 7 anos, essa é a primeira vez em que a interceptação ocorre antes do início da matança. Do mesmo modo, Guimarães comemora mais uma importante conquista inédita: “Para completar a intervenção bem-sucedida, o navio-tanque (Sun Laurel, de bandeira panamenha), responsável por fornecer combustível à frota japonesa, foi interceptado dia 11 de janeiro (2011) e prontamente escoltado para fora do Santuário de Baleias, onde, aliás, jamais deveriam ter entrado; uma vez que é proibida a transferência de combustíveis abaixo dos 60 graus sul de latitude”.

Além disso, há ainda o efeito devastador da atividade criminosa sobre o ecossistema delicado dos oceanos, do qual depende a nossa própria sobrevivência.

Durante a expedição voluntária, que também se reveste de um inegável valor simbólico, emblemático, em defesa da vida no Planeta e da necessária difusão da conscientização ambiental, a primeira-ministra australiana, Julia Gillard, enviou um comunicado público à tripulação da Sea Shepherd solicitando que “certifiquem-se de que todos estejam seguros nessa região remota, perigosa e muito inóspita do planeta”.

Em 2009, a Sea Shepherd conseguiu cortar pela metade a cota de 1.000 baleias que o Japão intentava matar e pelos resultados obtidos até o momento estima que nesse ano essa cota será reduzida em até 80%.

Os riscos para a tripulação que passa até quatro meses em alto-mar não são pequenos. Em uma campanha dessa natureza nessa região remota do planeta conhecida por ser a mais perigosa para a navegação e onde o embate físico entre as embarcações é uma realidade frequente, qualquer acidente pode resultar em uma fatalidade.

Questionado sobre os riscos, George Guimarães avalia provocando a reflexão de todos: “Diante da realidade histórica da nossa sociedade, onde indivíduos sempre se dispuseram ao sacrifício em nome da dominação e de sentimentos pouco altruístas, confesso que tenho dificuldade em compreender por que algumas pessoas se espantam ao saberem que alguém é capaz de colocar a sua vida em risco motivado por uma causa verdadeiramente nobre e que amplia a noção de coletividade para além da esfera dos animais humanos”.

Fonte: Marily Miranda

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