Editoria: Vininha F. Carvalho 05/08/2011
As teorias da física e a nanotecnologia são as novas aliadas das pesquisas com terra preta de índio na Amazônia. O tema foi debatido na palestra “As estruturas de carbono nas terras pretas de índio”, ministrada pelo professor da Universidade Federal de Minas Geais (UFMG), Ado Jorio.
O evento, que ocorreu no fim da tarde da terça-feira (2/8), reuniu também membros do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e qualidade Industrial (Inmetro).
De acordo com os especialistas, terra preta é o resultado do uso do solo de maneira sustentável pelos índios da região há milhares de anos.
O desafio agora é descobrir como os índios faziam esse manejo. Segundo o coordenador geral de laboratórios e infraestrutura do Inmetro, Carlos Alberto Achede, o Instituto vai colaborar para entender os fenômenos físicos da terra preta de índio.
“A nossa ideia é entender que tipo de carbono está presente nessa terra preta e qual é a sua ação na retenção dos nutrientes”, declarou.
Para o pesquisador do Inpa e responsável pelo projeto “Terra Preta Nova”, Newton Falcão, a parceria entre Inpa, Inmetro e UFMG vai possibilitar mais um passo para as pesquisas.
“Nós estamos fazendo colaborações para fazer uso da nanotecnologia e assim obter novas descobertas. A terra preta de índio é fértil, mas queremos saber o motivo, e a nanotecnologia e a nanociência permitem entender os processos físicos e químicos”, explica.
Plantar sem desmatar:
Falcão afirma ainda que o avanço da pesquisa pode ajudar para o reaproveitamento de áreas já degradadas e assim evitar o desmatamento.
“É tecnologia de ponta para entender a história da terra preta de índio e ter uma aplicação agronômica. Queremos reaproveitar o solo e evitar o desmatamento”, destaca.