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Estudo faz levantamento de espécies de plantas colonizadoras na base petrolífera de Urucu

Editoria: Vininha F. Carvalho 03/02/2012

Cada vez mais cresce o número de empreendimentos nas áreas de exploração de petróleo e gás natural, entretanto esse crescimento também causa uma fragmentação da floresta. Por isso, conhecer o ambiente sob influência das atividades petrolíferas é uma alternativa para tentar minimizar os efeitos negativos ao meio ambiente.

Projetos que desenvolvem economicamente a região amazônica tem provocado o surgimento de áreas abertas, as chamadas clareiras. Essas ações têm propiciado a aparecimento de plantas colonizadoras, ou seja, plantas que evoluíram para ocupar ambientes que por algum motivo, a vegetação original foi alterada.

Desde 2003, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), que fazem parte da Rede CTPetro Amazônia, atuam nas clareiras abertas na base petrolífera de Urucu, no município de Coari (Am).

O objetivo da pesquisa realizada pela bolsista Carla Luciane Bentes Nogueira, em 2009, orientada pela pesquisadora Ieda Leão do Amaral, no projeto de iniciação científica, foi identificar quais são as primeiras plantas que aparecem nas áreas degradadas.

Nogueira explica que em Urucu existem áreas de jazidas e de poços que eles desmatam, retiram a vegetação para utilização e depois recuperam. “Então o objetivo do trabalho era identificar quais eram essas plantas que estão crescendo nessas áreas, pois algumas são espécies pioneiras e outras são herbáceas iniciais (ervas que aparecem primeiro) que normalmente fazem cobertura do solo, e que favorecem o aparecimento de espécies pioneiras tardias”, explica.

Dentre as espécies destaca-se as do gênero Vismia, da família Hypericacea, conhecidas popularmente como “lacres”, que em Urucu apresentam mais de 10 espécies diferentes e a Bellucia (Melastomataceae), conhecidas como goiaba-de-anta. “Essas espécies têm maior facilidade de propagação, pois resistem ao sol. Já espécies de mata vão nascer depois porque elas precisam de sombra”, expõe.

Para Nogueira a importância dessa primeira vegetação é que ela cobre o solo e dá sombra para quando vier a semente da mata virgem ou for plantada ali alguma outra espécie. Segundo a bolsista, outra característica dessas plantas colonizadoras é que elas não precisam de muitos nutrientes e por isso tem maior facilidade em se desenvolver. “O conhecimento gerado com este trabalho mostra que essas plantas ajudam na recuperação de áreas abertas, apresentando potencialidades para o direcionamento de ações futuras de recuperação”, afirma.

O trabalho também pretende oferecer subsídios para a Petrobras e as empresas prestadoras de serviços para que elas tenham conhecimento das espécies que melhor se adéquam a essas áreas degradadas.


Fase atual:

Em 2011 teve início uma nova fase importante do projeto que é a quarta avaliação de monitoramento dessas clareiras, sendo que a primeira foi realizada em 2003, em 2005 a segunda e 2008 a terceira.

Nogueira diz que os pesquisadores retornaram as clareiras e perceberam que a maioria das áreas monitoradas está dando sinais de recuperação e que já se podem inclusive ser encontradas espécies da mata virgem como, por exemplo, o mata-matá, o que indica a recuperação desses ambientes.

Como conclusão da pesquisa foi elaborado um guia de campo pelas pesquisadoras Carla Nogueira, Ieda Leão do Amaral, Francisca Dionísia de Almeida Matos e Maria de Lourdes da Costa Soares, que está em fase de conclusão para ser lançado.

O livro terá como titulo “Guia de Plantas Colonizadoras das áreas desflorestadas para exploração de Petróleo e Gás Natural no Rio Urucu – Amazonas” e contará com informações sobre as plantas como nome científico e popular, descrição morfológica, distribuição, usos, além de fotos que servirão de orientação para reconhecimento e identificação dessas espécies por outros pesquisadores.


Fonte: Clarissa Bacellar