Editoria: Vininha F. Carvalho 27/07/2012
Na capital paulista, há menos de 6 metros quadrados de área verde por habitante, quando a Organização Mundial de Saúde recomenda que haja pelo menos o dobro.
Já no Residencial Parque dos Príncipes, situado no bairro do Butantã, há nada menos que 236.000 m2 de áreas verdes com milhares de árvores nativas.
Para preservar estas áreas, a APRPP - Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes contratou a empresa SCM, a qual designou a engenheira agrônoma Heloísa Amaral Antunes para orientar os trabalhos.
Áreas verdes bem cuidadas valorizam as propriedades e proporcionam qualidade de vida aos moradores e à vizinhança.
Para preservar a vegetação, ampliar a biodiversidade dos 236.000 m2 do Parque e manter a limpeza de uma área tão extensa, a Associação dos Proprietários assinou 12 termos de parceria com a Subprefeitura do Butantã, o que inclui a manutenção de 10 praças.
Por meio destas parcerias, os moradores associados promoveram o plantio de árvores nativas como araucárias (pinheiros do Paraná) angicos, aroeiras, embaúbas, jacarandás, jatobás, ipês, paus-ferro, paus-brasil, sibipirunas, quaresmeiras, suinãs, urucuns, cambucis, palmiteiros, entre outras.
Construção de trilhas calçadas para passeios, corridas e caminhadas; remoção de lixo, de detritos e árvores caídas e a preservação de nascentes completam o conjunto das ações realizadas pela Associação.
“Durante muitos anos, a Associação contratou funcionários e utilizou máquinas e equipamentos próprios. Recentemente terceirizou os serviços, recorrendo à SCM, uma empresa especializada na área, visando obter um trabalho mais profissional e eficiente, menor complexidade administrativa, maior facilidade de controle e ainda uma redução de custos” explica Winfried Ludewig, vice-presidente do Conselho Superior da APRPP.
A engenheira agrônoma Heloísa Amaral Antunes, diz que o trabalho de manutenção das áreas verdes do Parque é uma oportunidade não só de aplicar os conhecimentos profissionais, mas também de adquirir novas habilidades.
“O maior desafio é lidar com a logística das atividades, para que nenhuma área fique sem atenção por muito tempo”, explica Heloísa que detalha as atividades do dia a dia: “Corte do mato utilizando roçadeiras motorizadas; coroamento ou remate, podas de condução e adubação para as mudas de árvores; podas de limpeza de galhos secos em árvores adultas; controle de formigas cortadeiras (saúva e quenquém) e outras pragas; jardinagem de manutenção e plantio de novas mudas em canteiros floridos”.
Para as tarefas no Residencial, a SCM mantém uma equipe de 11 funcionários, sendo 6 roçadores, 2 ajudantes gerais, 1 tratorista, 1 jardineiro e 1 líder, além da engenheira agrônoma.
“Essa equipe cuida de toda a área paulistana do Parque dos Príncipes, das áreas verdes e também de manutenção geral, como canteiros de ruas, varrição e algumas tarefas extras esporádicas”, relata Heloísa.
Ela diz que o trabalho que vem sendo feito é reconhecido pelos moradores. “Sempre recebo elogios. Desde uma tarefa das mais simples até a finalização de uma atividade complexa. Por isso procuramos realizar nossos serviços da melhor forma possível: para que o Parque seja um local agradável de morar e visitar”.
Porém, segundo Ludewig as áreas verdes do Parque possuem um extraordinário potencial de desenvolvimento e estariam exigindo mais investimentos. Entretanto, muitos associados discordam de participar das despesas geradas por esta atividade e não estão dispostos a aceitar qualquer aumento.
“Resta então usar a criatividade para racionalizar o emprego dos recursos disponíveis e melhorar os índices de produtividade. Se conseguirmos que a Prefeitura aumente sua participação, ótimo!” diz.
Ele adianta que no próximo mês, a APRPP lançará entre os moradores a campanha ‘Adote uma árvore!’. “Isto poderá tornar-se um belo hobby para nossos ecologistas de plantão e será a salvação para muitas arvorezinhas combalidas. Haverá também uma convocação para revigorar e conquistar novas adesões para nossa tradicional Comissão do Verde, que sempre se empenhou pelo progresso ambiental do Parque”.
O diretor administrativo da APRPP, Alexandro Welikow, introduziu um sistema de medição das tarefas, para saber exatamente quantas horas “homem/máquina” são necessárias para realizar cada uma delas, possibilitando um planejamento mais objetivo.
“Planejar a concessão de férias dos operários para o período seco (quando o mato cresce menos), a fim de ter a equipe completa na época das chuvas (quando o mato cresce mais) é outra providência de racionalização que Alexandro está tomando”, diz Winfried Ludewig.
Criar uma compostagem dos resíduos vegetais no próprio Parque, para reduzir os custos de ensacamento e transporte dos resíduos e para dispor do composto a fim de aumentar a fertilidade de solos empobrecidos, é mais uma idéia a ser posta em prática. Outra iniciativa é melhorar a eficiência dos equipamentos e mecanizar a varrição.
Há dois tratores em serviço, um da APRPP e outro da SCM, quando bastaria um. “Um deles poderia ser substituído por uma caminhonete para agilizar o transporte do pessoal, do maquinário e o trabalho de supervisão”, sugere Ludewig.
Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes
Em 1983, os proprietários do loteamento Parque dos Príncipes criaram a “Sociedade Amigos do Parque dos Príncipes”, visando assegurar a qualidade de vida prevista nos contratos de compra dos lotes.
A atual denominação “Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes” – APRPP – surgiu em 2006, com a atualização do estatuto pelo novo Código Civil.
O Parque dos Príncipes situa-se parte em São Paulo (72% dos lotes) e parte em Osasco (28%). Os moradores de Osasco possuem sua própria associação.
A APRPP representa somente os proprietários da área paulistana do loteamento, onde há 1.287 lotes, com 500 m2 em média, e áreas verdes que perfazem 236.261 m2.
As principais atribuições da APRPP são: zelar pela segurança dos moradores, exercendo vigilância privada em cooperação com a segurança pública; fazer respeitar as restrições de ocupação do solo e impedir atividades incompatíveis com a zona estritamente residencial (ZER1); cuidar das áreas verdes, evitando que haja degradações e que surjam pontos de insegurança; representar os residentes perante o poder público para fazer valer seus direitos, firmar parcerias e obter melhorias de infraestrutura e saneamento; promover a união dos moradores por meio de atividades e eventos sociais.