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O compromisso da notícia com a defesa dos direitos dos animais

Editoria: Vininha F. Carvalho 21/04/2014

A causa dos animais requer reflexão e debate para conseguir evoluir. É necessário saber interagir com as pessoas que ainda desconhecem os seus valores e princípios.

As notícias devem ser divulgadas com o intuito de buscar solução para os problemas, jamais com sensacionalismo, banalizando a violência , as vezes até indiretamente incentivando.

A imprensa não pode criar na sociedade o sentimento pessimista de achar que a situação dos animais está cada vez pior, que não tem mais jeito. Para enfrentar a questão dos maus-tratos é necessário maior engajamento e a ampliação da consciência dos profissionais da imprensa.

O ideal, a meu ver, é oferecer informações sobre ações, projetos e políticas sérias em prol do bem estar dos animais, ressaltando os bons exemplos. Contribuindo, assim, para a conscientização, além de estimular o intercâmbio, através do diálogo entre as pessoas, facilitando a compreensão sobre a importância da defesa do direito dos animais.

A defesa do direito dos animais esta diretamente relacionada a educação, se transformando no melhor caminho para ampliar a luta contra as crueldades. È preciso intensificar a qualidade da formação dos profissionais de imprensa e o compromisso em valorizar os animais na sociedade. Essa é a única saída para revertermos esse quadro atual.

Os formadores de opinião precisam pensar num mundo prático para cultivar toda a teoria transformadora nas relações entre os animais e os humanos, colaborando na construção de uma consciência crítica, combatendo as mazelas que vivemos no cenário atual .

A informação precisa reafirmar os verdadeiros valores e posicionamentos, de uma maneira consciente, para fortalecer a luta diária frente aos desafios que temos para impedir que os animais sejam expostos as situações degradantes.

A abordagem necessita ser apresentada de uma maneira clara e objetiva, através de profissionais que conseguem dar um enfoque construtivo. A pauta deve ser explorada de maneira adequada, motivando as pessoas á identificar a conseqüência do fato, buscando combater a causa e, não apenas demonstrando indiferença ou incapacidade para reverter a situação.

Constatamos que alguns veículos de imprensa só destacam os crimes e os maus tratos que envolvem os animais, a chamada notícia de impacto, que não tem preocupação com a repercussão do que a situação acarreta ou venha a acarretar, não considerando que atos agressivos em evidencia podem gerar mais violência. Torna-se muito fácil relatar um fato, mostrando um lado negativo, que a princípio atrai a atenção do público, mas que ao mesmo tempo o coloca como mero expectador, não o impulsiona a tentar contribuir para que este fato não se repita.

Normalmente, a pauta que envolve a defesa dos direito dos animais é mantida apenas enquanto o problema permanece visível, não dando a mesma ênfase às soluções e medidas de correção do problema. A notícia é feita superficialmente e com um grande apelo sensacionalista.

Para romper este ciclo vicioso e estimular a cidadania, os veículos de imprensa precisam investir em profissionais qualificados e sensíveis, capazes de oferecer uma enorme contribuição a causa dos animais, propiciando que a responsabilidade social seja cada vez mais estimulada.

É fundamental ter a frente do relato, profissionais especializados para propiciar a divulgação correta dos fatos que envolvem os animais, sendo capaz de formar através de seu trabalho uma legião de multiplicadores e educadores em busca de uma vida cada vez mais digna para os animais.

Infelizmente existem pessoas que em nome de defender os animais, acabam gerando uma grande confusão na cabeça do público com os quais se relaciona. Associam as crueldades sofridas pelos animais a pedidos de doação, dando origem a perigosa “indústria da esmola”, que não permite que a causa dos animais evolua e acaba transformando esta ideologia numa causa sem solução e credibilidade.

O engajamento do formador de opinião é que dará o sentido correto para a matéria. Uma notícia deve mostrar o problema enfrentado pelo animal e o que podería ter sido feito para evitar os maus-tratos. Jamais deverá ser demonstrado que a impunidade imperou, pois isto enfraquece o processo de conscientização em prol dos animais .

Faz-se necessário conhecer o direito dos animais para informar de maneira adequada, favorecendo o convívio com os animais . A partir do momento que se descobre as verdadeiras razões da publicação de uma informação, permite-se escrever com muito mais inspiração e, isto é transmitido ao leitor ou telespectador.

A informação precisa ter um caráter altamente educativo, capaz de ser utilizada em salas de aula, em conversa entre amigos para despertar a conscientização. O conteúdo deverá ressaltar que os animais tem direitos adquiridos , que merecem ser respeitados.

O ideal é que no futuro a própria sociedade esteja estimulada a repudiar as notícias que promovem o sensacionalismo. O trabalho dos jornalistas competentes e idealistas, compromissados com a ética serão cada vez mais valorizados. Através deles, será possível conquistar mentes e sensibilizar corações, estimulando a cidadania, a prática de uma postura ética no relacionamento com os animais será a diretriz.

A partir do momento, que as mentes forem mudadas, de maneira a estabelecer uma nova visão, todos saíram ganhando, os veículos de imprensa terão sua missão fortalecida e a crueldade será impedida de prosperar, os maus exemplos serão totalmente ignorados. Os bons exemplos ganharão destaque e os animais serão muito beneficiados.

Fonte: Vininha F. Carvalho - diretora da Del Valle Editoria