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Pesquisa identifica locais de ocorrência de peixes-boi no Amapá

Editoria: Vininha F. Carvalho 05/07/2013

Um trabalho de conclusão de curso (TCC) de Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) analisou sete Unidades de Conservação no estado, mapeando a presença de duas espécies: o peixe-boi-da-Amazônia e o peixe-boi marinho.

A pesquisa, da então estudante Daiane Almeida Barbosa, durou quatro anos, com visitas a 56 comunidades e 396 moradores entrevistados. A pesquisa foi financiada pelo Projeto Aquavert, que é desenvolvido pelo Instituto Mamirauá com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental.

"Nesse período verificou-se que as áreas da Reserva Biológica do Parazinho, Estação Ecológica de Maracá-Jipioca e Parque Nacional do Cabo Orange foram as regiões onde tivemos relatos mais frequentes da ocorrência dos animais", revela Daiane.

"Nas demais unidades de conservação também obtivemos relatos, porém em número menor", completa.

Por muitas vezes, ambas as espécies estudadas foram observadas na mesma área. "Essa constatação pode indicar a existência de híbridos, se tornando um fator de ameaça para essas espécies na região", explica a pesquisadora.


- Coleta e análise de dados:

Muitos moradores também mencionaram capturas intencionais (com arpão) e acidentais (através de redes de espera) dos peixes-boi.

"Embora a captura acidental tenha poucas menções, ela também merece atenção. A maioria das pessoas percebe o peixe-boi como alimento, mas alguns já o veem como um animal ameaçado de extinção e que precisa da nossa proteção", analisa Daiane.

Daiane conta que as duas espécies observadas correm risco de extinção devido justamente à caça intensa.

"Em consequência disso, houve uma redução populacional dessas espécies nas áreas de distribuição. E apesar de existirem leis que proíbam a caça ao peixe-boi, esses animais continuam sendo caçados atualmente", explica.

"A caça de subsistência é uma ameaça à sobrevivência dos peixes-boi e se não for combatida por meio de trabalhos de sensibilização aos moradores ribeirinhos, pode sim levar os animais à extinção".


- Viabilização da pesquisa:

O tema abordado por Daiane no TCC (que contou com a orientação de Danielle Lima, do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá, e também de Cláudia Silva, do laboratório de mamíferos do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá - IEPA) surgiu a partir de uma iniciativa de pesquisa entre o IEPA e Instituições de outros Estados, como o Instituto Mamirauá.

"Era uma pesquisa na região costeira da Amazônia, que incluía essas unidades de conservação e a coleta de informações sobre as espécies de mamíferos aquáticos", relembra Daiane.

"Infelizmente, essa iniciativa não recebeu recursos financeiros esperados naquela época. Porém, surgiu a oportunidade da continuidade na coleta de informações e parte desses dados se transformou no meu TCC".

A pesquisa teve ainda apoio do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (SEMA-AP) e Instituto Chico Mendes (ICMBio).

Fonte: Lilian Wiczneski