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Estudo arqueológico será apresentado durante simpósio do Instituto Mamirauá

Editoria: Vininha F. Carvalho 05/07/2013

Enquanto a história pré-colonial do Brasil estuda os diferentes modos de vida que existiram entre o período da chagada dos primeiros homens a esse território até o contado com o Europeu, pouco se sabe sobre o que acontecia no Médio Solimões.

Para aprofundar os conhecimentos sobre a história pré-colonial de Tefé que desde 2011, o Instituto Mamirauá vem realizando escavações arqueológicas na boca do Lago Tefé.

Segundo a pesquisadora Jaqueline Belletti, estudos anteriores mostraram a presença de sítios arqueológicos, entretanto que careciam de mais pesquisas.

"Além de serem sítios grandes e complexos, estão ameaçados pelo impacto da expansão da malha urbana do município de Tefé", afirmou.

"Foram escavados cerca de 8m² em diferentes pontos do sítio, que resultaram em aproximadamente 300 quilos de material arqueológico, dentre esses estão cerâmicas, micro-lascas, calibradores e um machado de pedra, além de um sepultamento humano", informou Jaqueline.

Os dados levantados já permitem um entendimento sobre seu processo de formação, conforme explicou Jaqueline: "Foi possível confirmar que se trata de um sítio de grande extensão, de 38 ha, com pacotes de terra preta que alcançam 1m de profundidade.

Além disso, o sítio não foi formado por apenas uma ocupação humana, pois, encontramos dois conjuntos de artefatos, das Fases Tefé e Caiambé. Entretanto a possibilidade de haver um terceiro conjunto está sob discussão".

Também foi possível notar que a presença do homem neste local gerou diferentes intervenções na paisagem. Além das áreas de terra preta, foram encontrados materiais arqueológicos em locais com outro tipo de solo antropizado e mesmo fora da terra preta. A origem dessas diferenças é uma das questões que os pesquisadores procuram responder.

"Até o fim deste ano, datações carbono 14 serão realizadas para saber desde que época a boca do Lago Tefé é ocupada. Esperamos encontrar uma longa cronologia, com pelo menos 1000 anos de duração".

Este estudo arqueológico contou com apoio dos moradores da região, além de pesquisadores da Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Amazonas, Universidade Federal do Oeste do Pará e Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O estudo arqueológico desenvolvido na boca do lago Tefé é uma das pesquisas que será apresentada durante o 10º Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia do Instituto Mamirauá, a ser realizado em Tefé (AM), de 3 a 5 de julho de 2013.