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Projeto Baleia Franca registra 40 baleias francas no primeiro sobrevoo de monitoramento da temporada

Editoria: Vininha F. Carvalho 07/08/2013

Quarenta baleias francas foram avistadas durante o primeiro sobrevoo de monitoramento da espécie realizado na sexta-feira, dia 2 de agosto de 2013, pelo Projeto Baleia Franca com apoio da Santos Brasil - empresa referência em operação de contêineres.

Foram percorridos cerca de 200 km no litoral centro-sul catarinense, área que compreende o sul de Florianópolis a Torres, município já localizado no Rio Grande do Sul.

Das 40 baleias da espécie avistadas, 15 eram filhotes, número que é considerado dentro da média para o período. O litoral de Santa Catarina é considerado berçário natural da espécie, que procura as águas calmas e com temperaturas amenas da região não apenas para ter seus filhotes e amamentá-los, como também para reprodução.

Segundo a coordenadora do PBF, Dra. Karina Groch, a maior concentração de baleias estava em Imbituba, entre as praias de Ibiraquera e Porto, onde 12 baleias foram avistadas.

Entre as visualizadas pela equipe, foram identificadas algumas baleias conhecidas, que estão entre as catalogadas pelo Projeto ao longo dos 30 anos de pesquisas.

Uma das que mais chamou atenção foi a "JDot". Esta baleia, segundo a pesquisadora, recebeu este nome por causa de uma manchinha branca que tem no dorso, em formato da letra "J" com um ponto".

"JDot está com o sétimo filhote nascido em águas brasileiras. Ela foi identificada pela primeira vez na Península Valdés, Argentina, há 40 anos", ressalta a pesquisadora.

A equipe também avistou a baleia que foi vista há cerca de uma semana com um pedaço de rede de pesca na cabeça. A baleia estava acompanhada pelo filhote, porém já livre do artefato utilizado para pesca artesanal, e em boas condições de saúde, de acordo com a Dra. Karina Groch.

O analista ambiental do Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, Dr. Paulo Flores, integrante da equipe de sobrevoo, aponta que a avistagem de baleias como a JDot proporciona o registro de longevidade e taxa reprodutiva das baleias francas, sendo uma baleia com importante contribuição para manutenção da recuperação populacional da espécie no Atlântico Sul Ocidental.

O Dr. Paulo ressalta, ainda, que embora o enredamento de baleias seja preocupante, o sobrevoo permite o monitoramento dos animais enredados e a constatação de que os casos em SC nao tem comprometido a sobrevivência dos animais.

O sobrevoo faz parte do Programa de Monitoramento das Baleias Francas no Porto de Imbituba e Adjacências. É realizado com o objetivo de analisar a dinâmica populacional das baleias francas na região, através do censo e fotoidentificação dos indivíduos avistados.

O Programa é co-executado pela Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca e pelo Centro Mamíferos Aquáticos do ICMBio.

A parceria com a Santos Brasil começou ao longo de 2009, quando o Tecon Imbituba deu início às obras de construção do terminal, localizado nas proximidades da APA da Baleia Franca.

Desde o ano passado a companhia ampliou a parceria com a ONG, o que possibilitou a continuidade das atividades do Projeto Baleia Franca.

Para a gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da Santos Brasil, Raquel Ogando, a parceria reflete o compromisso social e ambiental da operadora de contêineres e logística nas ações da empresa junto às comunidades em que está inserida.

"A Santos Brasil acredita que é possível estabelecer parâmetros que proporcionem a convivência harmoniosa entre a atividade comercial do porto e a presença das baleias francas, crença demonstrada no total apoio ao Baleia Franca".


Fonte: Lidiane Diniz